Eu queria que existisse um jeito de poder tirar férias de mim mesma. De coração! Se posso descansar do trabalho, da faculdade, por que não posso ter um tempo distante de tudo que me envolve? Não é porque eu sorrio ao acordar e tenho uma voz mansa ao anoitecer, que estou numa lua boa. Meus pensamentos, minhas dúvidas e até os planos que rabisco para o futuro, às vezes são demais para sua própria autora.
Não que eu esteja com problemas. Não. A família vai bem, os amigos são todos ótimas pessoas, as metas de ano novo sendo cumpridas uma a uma. Claro que quem vê de fora, pode achar que sou ingrata ou muito dramática. No entanto, não é nada disso. É tipo comer a mesma coisa todo dia no café da manhã, sabe? Enjoa, desgasta. Tudo parece sem graça, sem cor. Algumas criaturas chamam isso de tédio. Vai saber.
Por outro lado, penso: se eu deixasse de ser eu por alguns momentos, quem eu seria? É quase enlouquecedor imaginar essa situação. Não tem ninguém no mundo que eu queira ser. Não. A primeira vista, uma celebridade ou alguém que eu conheça pode até ter uma vida interessante, mas não o suficiente para que eu queira ser personagem fixa da trama. Isso sem falar no vácuo que a minha trama pessoal teria caso eu fosse zanzar em outra, né?
Sem ter muita alternativa entre ir ou ficar. Acabo ficando. Continuo em mim. Sigo tentando não me desesperar com coisas bobas, tentando não reclamar do que nem está ruim, tentando não ser infeliz. É como diz a música: “Eu devia sorrir mais, abraçar meus pais. Viajar o mundo e socializar. Nunca reclamar, só agradecer. Tudo que vier, eu fiz por merecer”.
Obrigada, Supercombo!