É meio triste o que vou dizer, mas não, ninguém me ensinou a me amar. Quando eu era criança, na melhor das hipóteses, as pessoas me elogiavam. Só que isso não é e nem nunca foi estimular o amor próprio em alguém. Isso é um tipo de gentileza ou se tivermos sorte, é uma opinião carinhosa de quem está elogiando. E na maioria das vezes, demonstrada em situações bem específicas, que envolvem uma certa pose.
Sabe aquela máxima de que para amar o outro, primeiro a gente tem que se amar? Pois é, minha versão de 12, 13, anos era totalmente contra. Eu pensava: claro que eu amo outras pessoas e isso não significa que eu morro de amores por mim mesma. Graças as Deusas o tempo passa e podemos desconstruir certas asneiras que nos fizeram acreditar, né? Pois por mais clichê que pareça, beleza é relativo sim.
Agora, um pouco mais velha é que procuro acolher quem eu sou, ou seja, meus medos, defeitos, sonhos e qualidades, os elogios partem de dentro para fora. Quem me rodeia, às vezes até diz que eu me acho demais. O problema, é que ainda não entenderam que eu não me acho, eu sou. E eu sou desde um mulherão da porra que pode dominar o mundo se quiser, até uma menina manhosa que quer passar o dia na cama fazendo vários nadas.
No final das contas, amor próprio, autoestima, é isso: é você encarar a si mesma e não sofrer por você ser você. O que independe de marca de roupa, de biotipo, de comportamento. Coisas materiais que são confeccionadas apenas para o consumo insano de criaturas que não se encaixam em padrões ridículos, não podem falar mais alto que nossa essência, nosso brilho no olho, nossas razões de viver. A perfeição só existe no que é de verdade. Simples assim!
Por Juliana Santelli